quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Meus Embalos de Sábado a Noite -32

Fim da Infância.

Com o passar do tempo, fui deixando de lado alguns tipos de brincadeiras infantis... e passando para outras muito mais interessantes e agradáveis.
Desde de cedo senti um forte apelo pelo sexo oposto.
Ao entrar na adolescência ia ganhando experiência e bagagem no trato com as meninas. Trocando informações aqui e ali com os mais velhos iamos  perdendo aquele medo inicial da aproximação e adquirindo coragem para uma abordagem de resultados. 


Corria o ano de 1964...
Era o tempo do IE-IE-IE, dos Beatles, dos discos da HI-FI, dos cabelos longos, das calças justas, das paqueras, dos amassos nos cinemas e nos bailes.

Aos sábados, era sagrado ir a um baile, não importava onde e como. Sempre com as melhores roupas, a turma se preparava para encarar os bailinhos e conhecer novas garotas.
Passávamos a semana na expectativa para saber onde seriam os bailes.
Não me lembro de qualquer sábado que não houvesse lugar pra onde ir.


Cabelos longos, topetes, perfumes, cigarro escondido e grana.
Moradores na zona sul, esse era nossa área de combate, poucas vezes nos aventurávamos ir para outros bairros.
(foto encontrada na net)
Íamos em bando, para garantia de nossa segurança. Dificilmente arrumávamos brigas. Nosso interesse eram meninas e não se atracar com marmanjos.
As bebidas servidas nas festinhas eram as Cubas Libres (coca cola gelada com rum) e os Hi-Fi (crush gelado com vodka) ou ponche.

Dependendo da ocasião, o traje poderia ser terno e gravata ou esporte chique.
Mas geralmente o "uniforme" era calça Lee e camisa esporte (xadrez, listrada ou camisa pólo de jacarezinho ou lacoste)

Quando a vitrola atacava com “La Mer" ou alguma música italiana, iniciava-se uma corrida para tirar alguma garota e tentar dançar colado.       

Uma troca de olhar mais insistente, era o convite.

Dançar juntinho, mas sem dar pinta, era o melhor da festa, até poder arriscar quem sabe, algum beijo no rosto.

Se tudo corresse bem, o caminho parecia aberto para novos beijos no escurinho.
O interesse era sempre formar um par.

Quando alguém se amarrava de verdade, a turma se sentia meio que traída, pois isso poderia afetar os bailes futuros.

Foi no aniversário de Lia Mara, que morava ao lado do Clube Banespa no Brooklin que isso realmente aconteceu. Ao felicitá-la pelo seu dia recebi um aperto de mão extremamente forte. Guardei para mim aquele sinal.

Assim que as iniciaram as músicas lentas fui em sua direção.
Dançamos uma seleção de três canções, bem juntinhos. Coração batia a mil... e sem coragem para arriscar um beijinho o rosto apesar de ter dançando coladinho. 
(foto do bailinho da turma de 63 do vocacional arq. www gvive.org )

Ao finalizar a dança ela continuou segurando minha mão e convidando para tomarmos uma cuba libre.
Minhas pernas tremiam e as mãos suavam sem parar.
De mãos dadas fomos buscar as bebidas. 

Chegando a cozinha, sua mãe coordenava o serviço de bebidas como forma de controle. Acabei sendo apresentado a ela.
Somente depois tomar umas e outras foi que a tremedeira diminui.

Dançamos várias vezes nessa noite até que eu pudesse arriscar um beijo certeiro. Ela correspondeu. Outros beijos se seguiram. 

Ela estudava no Beatíssima Virgem Maria e eu no Vocacional Oswaldo Aranha. 
Uma vez por semana ia buscá-la na saída de sua escola levando até um quarteirão próximo de sua casa. Encontrávamos aos domingos na porta do cinema.

Durou cerca de 3 meses.
Foi muito boa a aprendizagem.
Depois perdemos o contato

Luigy
02/02/2012    

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