domingo, 29 de abril de 2012

Matando aula -45


Inventaram que eu tinha que estudar num colégio de padres.
Meus pais me tiraram da escola pública  para estudar em escola particular.
Morava na avenida Santo Amaro e me matricularam no Colégio Santo Alberto na rua Martiniano de Carvalho, no bairro da Bela Vista – no Bixiga
Para ir a escola precisava tomar o ônibus Vila Helena canal 7.

Nunca fui de arrumar confusões e brigas na infância.
Dois garotos da escola, um palestrino e o outro Pó de arroz, discutiam sobre futebol e acabaram brigaram no ponto de ônibus rolando no chão entre tapas e murros. Não se sabe de onde o Secretario da escola apareceu e anotou o nome de todos a espera do bus
Acabei sendo envolvido em uma briga no ponto de ônibus sem ter participado de nada.
Não Havaí ninguém de minha turma e nem conhecia os colegas alí presentei, mas meu nome acabou sendo colocado na lista
No dia seguinte, após o final da aula, ao receber minha caderneta de presença, notei que havia uma observação> O aluno participou de brigas na área externa da escola no ponto de ônibus.
Como nunca tinha feito isso não dei muita bola pra isso.
No dia seguinte, fui barrado ao entrar por não ter trazido a assinatura de meu pai na caderneta. Acabei levando outra observação por não ter assinado e por ter perdido a prova de Frances e fui mandado para casa. Acabei fazendo hora pelo caminho antes de voltar pra casa (era 6ª feira).
Na 2ª feira, a página era virada. Acreditei que ninguém notaria que não havia sido  assinado.
Acabei levando mais duas observações, uma dizendo que havia sido negligente e outra por faltar a missa sem carimbar.
Ao olhar minha caderneta vi que tinha colecionado quatro observações que acabou  “manchando a minha caderneta.

O que fazer? apagar? Jogar fora? Falsificar?
Um pavor tomou conta de mim.
Nem dormi direito.

No dia seguinte sai de casa com lanche e fui pra escola, mas não tive coragem de entrar. Pois sabia que iria acabar levando outra.
Acabei entrando na igreja ao lado da escola e fui para o local onde ficava os sinos.

Subindo as escadas em direção ao campanário encontrei um monte de revistas em quadrinhos que contavam a vida dos Santos. Passei ali grande parte da manhã toda lendo as revistas e comendo meu lanche.
Esperando o final das aulas, fui pra casa.

No outro dia levei mais dinheiro e resolvi mudar o esquema. Acabei indo pro Ibiripuera.
Arrumei um cantinho lá perto dos lagos e com a mochila cheia de gibis passei a manha toda lendo, descansando e comendo.
Ao voltar pra casa, dou de cara com o secretário da escola conversando com meu pai.
Entrei de fininho, já esperando a desgraça acontecer.

Pouco tempo depois entra meu pai já de cinta nas mãos e me pegou de jeito.
Levei a maior surra de minha vida.

Meu pai me jogou na cama e batia sem dó.
As vezes se cansava e parava pra descansar e depois recomeçava.
Essa foi a primeira e ultima surra que tomei,
Aprendi uma grande lição.        

Nenhum comentário:

Postar um comentário