quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ao 60 anos se forma como Advogado - Parte I - 37

Parte I  

Anos 30 - Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Filho mais velho de sete irmãos.
Jovem foi trabalhar de madrugada no Saladeiro (frigorífico) fazendo charque (desossava carne bovina) e ao final do dia poder levar pra casa os miúdos que eram descartados. E nas horas vagas trabalhava como tintureiro para aumentar sua renda para poder levar mais comida pra casa.                         Seu nome: Sebastião Marques

Seu pai, outrora um homem bem sucedido, sofrera um grande revés profissional nos anos 30, relacionados ao “crack” da bolsa de Nova York.

Tinha enorme gosto pelos estudos, mas por ser arrimo de família teve que optar somente pelo trabalho.

Além do esforço duro na madrugada dentro das geladeiras no frigorífico seguido  pela jornada na tinturaria, ele adorava jogar bola nos finais de semana.

Jogava em diversos times importantes da capital Sul Matogrossense.
Aos sábados vestia a camisa do Ipiranga e no domingo jogava pelo Comercial em categorias diferentes. Além de atuar nos times, ele também apitava jogos.

Depois do gosto pela leitura, o futebol era sua maior paixão.
Sofria calado ter abandonado os estudos ao final do 4º. ano no Colégio Dom Bosco.

Era querido dos padres, por sua dedicação aos estudos e seu interesse por filosofia.
Filho de macedônio, seu pai lhe contava as façanhas de Alexandre, o Grande – Conquistador do Mundo e filho da Macedônia.
Daí vinha sua curiosidade em querer saber cada vez mais sobre história e filosofia.

Trabalhava por necessidade por ser único que sustentava a família de dez pessoas (Os pais, ele e os 7 irmãos)
Sua carga de trabalho chegava a 16 horas diárias.
Mas ele tirava tudo de letra.
Jamais reclamava a esse respeito.
Entre algumas horas vagas ele ainda fazia empreitada de pintura de casas e prédios. Profissão que aprendera com um mestre dessa área, seu Demetrio (Búlgaro) 
Era no futebol que ele transmutava seu sacrifício em prazer.
Mesmo machucado se apresentava para jogar.
Apesar da estatura mediana (em torno de 1.60), era um centro avante goleador.
Seu time pouco perdia.
Se não ganhava na bola, acabava ganhando nas brigas em campo.

Essa também era uma das suas marcas, brigador.
Estava sempre na sua. Mas seu bom desempenho em campo atraia rivalidade e as vezes alguma inveja.
Não arrumava briga, mas não fugia de uma.
Se fosse afrontado partia pra luta e tinha uma pegada de direita arrasadora.
Enfrentava bruta montes levando quase sempre a melhor pela sua agilidade.

Motivado por brigas, depois de casado, acabou se transferindo para o Paraná para jogar no Londrina Futebol Clube como profissional, cidade onde nasceu seu único filho.
Além do futebol trabalhava nas Lojas Fuganti.



Em Londrina voltou a tocar serviços de pintura de prédios contratando pessoas para fazer o serviço.
Como isso não bastasse se interessou por fotografia e aprendeu a revelar suas fotos em casa.
Nesse meio de tempo fez amizade com uma médica recém formada que cuidava do tratamento de sua esposa que contraíra laschemoniose.

A cura da enfermidade estreitou a amizade da médica com o casal.
Após quase sete anos de casamento, ainda não tinha filhos.
A médica seu interessou pelo caso e deu inicio ao tratamento para fertilização pois a esposa tinha “útero infantil” e era preciso fazer diversos procedimentos  para desenvolve-lo.

Após certo período houve fecundação, mas logo em seguida foi perdida.
Como casal pretendia muito um herdeiro, fizeram nova tentativa para fecundação.
Ao completar 9 anos de casados nasceu o primeiro e único filho.
Para pagamento do tratamento, a jovem médica pedira para ser madrinha de batismo da criança.
Depois de completar um ano a criança contraiu um tipo de gripe que se transformou em Bronquite Asmática. Diversas tentativas de tratamento foram feitas, porém sem acusar resultado.
Ao saber de um médico em São Paulo, que fazia uso de novas vacinas com excelentes resultados, o casal acabou vendendo duas casas de suas propriedades para fazer o tratamento.

Após o resultado positivo na cura, optaram por ficar em São Paulo onde as chances de trabalho eram maiores no inicio da década de 50.

A cidade de São Paulo passava por grandes transformações e enorme crescimento. Havendo necessidade enorme de empresas no ramo de pintura de prédio.
Quanto mais serviços ele fazia, mas serviços apareciam. Sua empresa cresceu tanto que acabou abrindo um escritório para melhor atendimento na rua Xavier de Toledo colado ao Mappin. Quase se tornando um executivo. 
continua

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