quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Aos 60 anos se forma Advogado - parte II 36

Parte II


Recém criada depois do término da 2a. Guerra Mundial, a Base Aérea de Cumbica estava em expansão pela crescente demanda da aviação.
Concluida a reforma da base, foi aberta concorrência para a pintura dos hangares e prédios administrativos. Acabou participando da mesma e acabou ganhando a empreitada. Isso acabou por trazer maior visibilidade e impulso nos negócios.
(base aerea de cumbica foto de net)



Anos mais tarde se aventurou no ramo de pneus e mecanica de carros. Depois de algum tempo exibia uma pequena rede de filiais: nas avenidas Sto Amaro, av. João Dias,av.Interlagos e av Nossa Senhora do Sabará.
Mesmo com toda suas atividades jamais perdeu o hábito de tirar uma pestana ou siesta depois do almoço.
Morou muitos anos na Avenida Santo Amaro fazendo ali muita amizades, mas teve que se mudar após sucessivas enchentes sempre no carnaval. Depois da setima enchente e ter passado pelos quatro pontos cardeais da cidade, mudou-se para Santo Amaro onde comprou uma casa e se fixou em Interlagos.


Sua saída da avenida Santo Amaro foi motivado por inumeras enchentes pontuais em cada carnaval. A cada fevereiro diversas familias perdiam seus bens a cada enchente.


Mesmo se dedicando aos seus afazeres profissionais sempre arrumava tempo para fazer politica em prol do bairro onde morava. Graças a esse trabalho voluntário acabou sendo convidado a presidir várias Sociedades de Amigos de Bairros como Capela do Socorro, Jardim Primavera e Jardim Rio Bonito.por algumas gestões.  
Buscava sempre benificiamentos para o bairro como asfaltamento de ruas, postos de saude para o bairro, linhas de onibus, escolas e creches.
Tudo isso como trabalho voluntário.
Porém o cargo que mais lhe trouxe orgulho, foi ter sido eleito Conselheiro do SCCP por duas gestões e acabou ganhando titulo de socio Mosqueteiro e Vitalício.
Não se preocupava em trazer beneficios para si.
Outra grande alegria foi quando o nome de seu pai Chirsto Naum Marques foi dado a uma rua no bairro. 
   
Gostava de criar suas próprias saidas e mecanismos de defesa.
Quando algum "tipo de problema sem solução" insistia em se persistir, em sua siesta diária usava a imaginação reproduzindo algum jogo do Corinthians em que dava de goleada no "Parmeira".
Isso trazia uma alivio imediato e calma para os enfrentamentos da vida.  


Passado algum tempo depois do contato com pais de alunos da SAGVOA - Associação de pais e amigos dos Ginásios Vocacional (Brooklin), sentiu-se incentivado a retonar aos estudos. O velho sonho estava de volta.
Dez anos após esse contato, ja ostentava o diploma do colegial via curso supletivo.


Em 1976 passou no vestibular de Direito das Faculdades Franciscanas.
Ao final de 4 anos de estudos e estágios se graduou como Bacharel em Direito junto com seu filho.
Para finalizar o curso, havia uma parte integrante a realização de um grande juri simulado com todos os detalhes de um juri verdadeiro. Ele se candidatou para atuar como advogado de defesa do réu. Não acabou por absorver o acusado, como conseguiu a anulação do processo. Após uma atuação brilhante, foi aplaudido de pé por todo auditório em numero de 200 ouvintes. 

Durante esse processo de formação jurídica, foi convidado para ser adminsitrador de um hospital particular de doentes mentais, alcoolatras e drogados. Acabou chefiando um quadro de mais de 100 pessoas entre funcionários, enfermeiros, técnicos e médicos e 400 pacientes.
Morava anexo ao hospital para poder estar presente, em casos de necessidades, durante 24 horas. .       
Entre 1977 e 1978 ganhou um casl de netos, Dulce e Cristian, que lhe trouxeram grande alegria de vida.
Sua dedicação ao trabalho ultrapassava sua rotina. Estava sempre atento e a disposição para solucionar problemas do cotidiano e ultra muros.
Problemas de pacientes, funcionarios e medicos eram todos de sua alçada. Para todos eles sempre havia uma solução pacífica.   


   
Ao fazer parte do hospital, ele adotou uma politica humanitaria e humanistica ao tratar cada um como um ser humano único e não como um número.
Recebeu o hospital onde era servido apenas 3 refeições bem controladas ao dia. Pouco tempo depois introduziu mais duas, totalizando para 5 ao longo do dia, com direito a repetição.
Pacientes até então bem magros e esqueléticos, vinham a até ele para mostrar que estavam vem nutridos e contentes com o que estavam consumindo. Tudo isso foi conseguido ao mesmo tempo em que diminuiram as despesas e aumento de lucro da instituição.
Sua maneira especial ao tratar cada um de modo particular cativava a todos. Mantinha em sua memória um dossie de cada paciente e tambem dos funcionários. Rapidamente ele trazia a mente particularidade de cada um conforme a necessidade que se apresentava.        Isso era motivo de admiração das pessoas.


Quanto mais se aprofundava nos estudos mais era sua vontade de colocar em prática seus estudos juridicos.


Esteve por 15 anos a frente do Hospital João Evangelista como administrador com dedicação integral.
Se aposentou aos 70 anos  retornando a sua moradia em Interlagos.


Sentindo-se útil ainda, retornou para trabalhar desta vez como assessor administrativo, indo e vindo ao hospital todos os dias num percuros de mais de 90 kms. Desta vez como trabalho voluntário.
Trabalhou até 1987 ao completar 75 anos. Só parou motivado por um acidente de transito por causa de problemas na vista. 
Em 1990 foi operado no quadril por problema que lhe acompanhava desde os tempos de jogador de futebol por jogar além da conta e sem descanso.
Apesar do risco da idade, a operação foi tranquila, porem o resultado prático ficou aquém do esperado. Sumiram as dores, mas ficou a restrição de seu caminhar para grandes distancias.
Nesse mesmo ano,  ganhou mais uma netinha, Marta. Essa novidade acabou trazendo uma nova alegria de vida. Pois ambos eram bastante ligados.
Pode acompanhar o crescimento de sua netinho por vários anos.


Um problema sério de esofagite na noite de 29 de setembro de 2000, levou-o embora.


Seu velório foi no cemitério de Santo Amaro.
Mesmo sendo sampaulino, seu irmão mais novo, Nilton, cobriu seu corpo com a bandeira do SCCP- Timão antes de fechar o caixão.     


O carro funebre, saiu de Santo Amaro, na Zona Sul atravessando a cidade em direção ao Cemitério Do Jardim Tremembé na Zona Norte. O cortejo percorreu mais de 45 kms no transito paulista em dia de semana. 


Um dos momentos mais significativos do trajeto se deu ao passar em frente ao Hospital João Evangelista na Avenida Nova Cantareira. No momento que o cortejo passou em frente da Instituição, funcionários sairam a rua para dar o seu adeus. E nas janelas dezenas de pacientes lalançavam lenços brancos numa despedida final.

Ficou uma forte lembrança que é sermpre relembrada cada vez que o Timão faz um gol, parece que continuamos a ouvir seu grito Gooooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll


Deixou apenas um filho (único)  .  

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