sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A GVive, criação, atuação e missão. -38

A GVive, criação, atuação e missão.
De volta aos bancos escolares...


Os anos 50 clamavam por uma reforma e mudanças na educação.           

Em 1959 surge o “Manifesto dos Educadores” ao mesmo tempo do surgimento de  diversas experiências no Estado e no Pais.
Luciano de Carvalho, Secretário de Educação do Governo de Carvalho Pinto, em São Paulo, volta de viagem a Europa em busca de modelos que poderiam servir para implantá-los em sua administração.
Ao chegar soube da existência de uma experiência no Instituto Narciso Pieroni, eram as Classes Experimentais de Socorro sobre a direção de Lygia Furquim Sin que comandava uma excelente equipe de professores como Maria Nilde Mascellani, Olga Thereza Bechara, Odila Feres, Modesto Vasques e Itajahy Martins Feitosa.
Com o sucesso dessa experiência, o secretário procurou a educadora Maria Nilde colocando em suas mãos um desafio, criar um modelo que pudesse ser implantado para toda a rede pública do Estado.
Para que isso pudesse acontecer, foi criado o Decreto Estadual no. 38,643 de 27/06/1961. Com a aprovação da lei uma comissão foi criada para a criação dos Ginásios Vocacionais sob a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional em 1961.
A expansão se deu em 1962 com a criação de três unidades, mais duas em 1963 e outra em 1968.
Em 1965, havia uma fila de mais de 150 municípios aguardando a instalação de uma unidade vocacional.
Alunos da ECA/USP fizeram em 1968 um documentário Ensino Vocacional sob a direção de Maurice Capoville e Rudá de Andrade retratando o cotidiano da escola.

O vocacional tinha uma filosofia própria e utilizava inúmeras práticas pedagógicas até hoje consideradas modernas.
A experiência inovadora bateu de frente com o regime militar e foi extinto em 12 de dezembro de 1969. Desde então tem sido copiado em parte, mas sem sucesso.
Mais de 8.000 alunos passaram pelas seis unidades vocacionais. Pelo curso de treinamento passaram mais de 800 professores.
Com o fim do período da ditadura, os participantes da experiência vocacional buscaram o reencontro.
Em 1984 Maria Nilde trouxe um texto sobre a fundação memorial vocacional.
E no ano seguinte, aconteceu um encontro de ex-alunos e professores no Colégio Equipe. Sementes foram plantadas.
Encontros de turmas e unidades aconteceram em diversos momentos
Mas a idéia da fundação não prosperava.
Nos anos 90 Maria Nilde reuniu ex-alunos ligados a área de comunicação com objetivo de produzir um filme que falasse sobre a experiência vocacional. A idéia não vingou.
Convidada Maria Nilde cria o Projeto Integrar adaptando a experiência pedagógica  do vocacional para a pedagogia dos trabalhadores em 1994.
      
Em 2002, sob a coordenação da profa Esmeria Rovai e Cida Schoenacker e outros professores for organizado um evento comemorativo de 40 anos de criação dos vocacionais na Assembléia Legislativa de São Paulo. O evento serviu para reunir professores e alunos que andavam dispersos.
Neste ano foram lançados dois livros que tinham por tema os vocacionais. Um deles Revolucionou e Acabou? Tese do ex-aluno Ary Meirelles Jacobucci – da unidade de Americana. Um outro livro escrito por um pai de aluno de Batatais retratava  a experiência do fechamento da unidade vocacional Candido Portinari com o titulo de Martinho o Velho e o Tempo Novo.
Três fatos marcaram o ano de 2005 além da criação da GVive:                                                                      
1 - Encontros mensais de ex-alunos vinham acorrendo desde março desse ano
    Com a vinda do Canadá de um aluno muito estimado pelos colegas do Vocacional Oswaldo Aranha acabou por arregimentar dezenas de outros colegas via internet, proporcionando um grande encontro de ex-alunos e professores.
    O encontro foi um sucesso com a presença de mais de 250 participantes.
    A quantidade de pessoas presentes e a energia desencadeada acabou alertando a todos sobre a possibilidade de se criar alguma coisa usando essa energia  mobilizadora. Um novo encontro em julho, criaram-se diversas equipes para a formação de uma associação com objetivo de resgate da memória documental e afetiva do vocacional. 
    Após intensa preparação, um grupo superior a 200 pessoas da capital e de fora se reuniram no dia 2 de agosto para criar a GVive – Associação de ex-alunos, amigos e professores dos Ginásios Vocacionais com estatuto, objetivos e uma ata com 152 sócios fundadores. No mesmo ano obteve seu CNPJ. A associação caminha para a sua 5ª gestão.
2 - Em 25 outubro a GVive fez a sua primeira aparição participando do Seminário da UNISAL em Americana.
3 - No mesmo dia participou do lançamento do livro Ensino Vocacional Uma
pedagogia Atual organizado pela profa. Esmeria Rovai 

A associação vem participando de diversas manifestações e debates em prol da melhoria da educação pública e de qualidade. Também vem produzindo eventos ligados a essa área.

Hoje conta com mais de 620 associados.
Participa de diversos projetos educacionais com algumas instituições como CMFEUSP, CEDIC/PUC, FOEI/UNIP, UNISA, E. M. Des. Amorim Lima.

Foi parceira ativa nos documentários: Sete Vidas eu Tivesse, Ginásio Vocacional 40 anos depois, Vocacional, uma aventura humana e Ensino Vocacional em 9 min.
E também no lançamento do Livro da Tese de Maria Nilde Mascellani junto ao IEEP, Centro de Memória da FEUSP.

Tem alguns projetos em construção como:
- Kit Vocacional – pacote de livros, DVDs, livretos a ser doado para faculdade de educação e pedagogia do país e também para as bibliotecas de maior representatividade para servir de apoio e pesquisa.
- Preparação de curso sobre a filosofia e as técnicas utilizadas no SEV  a pessoas interessadas em aplicação.

Há muito trabalho a ser feito ainda.


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