terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Summer of' 67 - Camping na Praia - Cara - 010

       Nos anos 60, na época do ie-ie-ie, o pessoal da minha rua formou um conjunto musical no estilo “Jet Black”, com o nome The Snacks.
Eles só tocavam, não cantavam. Eram esforçados, mas não faziam meu gênero.


Sempre gostei muito de acampar, no estilo camping selvagem. Longe do burburinho, na paz e tranqüilidade.em São Sebastião.

Resolvem
os aproveitar a deixa e ir de bicão.

Esses amigos tocavam apenas finais de semana, num boliche que existia na Avenida Santo Amaro próximo da Rua das Fiandeiras, até que receberam um convite para tocar no carnaval de 1967 no Tebar Club,
Nos dividimos em duas turmas.
Pretendíamos chegar na sexta-feira, um dia antes do inicio do carnaval
Os que iam tocar, foram de ônibus e outros de carona.

Na época, minha barraca era do estilo “guarda chuva sem piso”: Era só armar o guarda chuva de ferro, jogar a lona por cima e pronto. Já estava montada

Os que foram de ônibus, chegaram cedo e foram se arrumando de alguma forma em algum lugar. A turma que foi de carona, em número de quatro, acabou demorando mais.
Chegamos ao local cerca da meia-noite.

Não tínhamos idéia de onde estava a outra parte da turma que foram de ônibus.

Afinal encontrado a outra parte, resolvemos que iríamos acampar ali na praia central de Caraguatatuba, mesmo sabendo que era proibido acampar ali, estávamos cansados.
Nossa intenção era levantar acampamento bem cedo, ao raiar do dia, e partir para São Sebastião.
Armamos a barraca rapidamente, no escuro e fomos ainda arrumar algum lugar para comer.
Logo o sol apareceu...
Fomos nos levantando a procura de uma padaria para matar a fome. Quase todos se levantaram, menos um de apelidado Miudinho. Disse que não queria se levantar e que iria depois. 
Deixamos ele lá na barraca em seu sono profundo.
Fomos tomar café e voltamos.

Ao retornar, percebemos de longe uma pequena multidão em volta de nossa barraca com  pessoas cochichando.
Perguntamos o que estava acontecendo, até que alguém disse que dentro da barraca deveria ter um urso devido ao barulho. O barulho era enorme e arrancava gragalha do pessoal ao redor do acampamento. Era o ronco do Miudinho.
Caímos na risada tambem...Tentamos acordá-lo, mas não houve jeito: Miudinho dormia como uma pedra.

Nisso, alguém gritou: corre que os fiscais da praia estavam chegando.
Sabíamos que se fossemos pegos com a barraca armada em local proibido, levaríamos multa ou até poderíamos ser presos.

Chacoalhamos o Miudinho com força para que acordasse. Sonolente
se levantou, ainda de cuecas, e, assim, deu tempo para desmontar a barraca. Pegamos as mochilas e a barraca e saímos correndo como loucos. Conseguimos nos safar dos ficais.

Achamos um lugar seguro para nos esconder e voltamos à praia, como quem não quer nada...

Ao nos aproximarmos, novamente havia uma aglomeração na praia. Chegando mais perto da multidão, deu pra entender o que estava causando tanto tumulto.

As pessoas riam e faziam chacota.
O motivo?
Miudinho, ficara dormindo de cuecas na praia...
Ao invés de correr conosco após o desmonte da barraca, ele continuou a dormir. Vestindo apenas uma cueca, Miudinho, esbravejava com todo mundo e gritando comigo, pois, na correria para desmonar a barraca, acabamos por levar sua mochila por engano.

Meia-hora após a confusão, furioso, Miudinho tomou um ônibus de volta a São Paulo.

Assim, o conjunto acabou não tendo a oportunidade de tocar em São Sebastião, pois estava desfalcadeo de um de seus membros...

O jeito foi arrumarmos uma carona para casa e, no domingo, já estávamos todos juntos
em São Paulo, rindo de nossa história de acampamento.


fotos da net.

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