sábado, 24 de dezembro de 2011

Minha primeira poesia (copiada) 21



Aos 7 anos, freqüentando o primeiro ano escolar, me descobri interessado no amor.
Era algo não correspondido, pois nessa altura da vida, meninos e meninas se colocam como quase inimigos, de gangues diferentes.
Por mais que tentasse alguma aproximação, acabava sendo rejeitado por toda a turma das Luluzinhas. Aproximar-se era uma declaração de guerra.
Ao contrário da maioria da turma do Bolinha, desejava ter acesso a turma da Luluzinha para desfrutar as coisas boas do amor como pegar na mão, roubar um beijo... coisas que a gente aprendia nos filmes.
A coisa não vingou, mas ficou em mim aquela sensação de querer mais.

Mais adiante, uma nova tentativa de aproximação em uma outra menina.
Já sentia algo dentro de mim no sentido de expor meus sentimentos em relação a um ser do outro sexo.
Sentia vontade de expressar sobre meus sentimentos, mas não tinha o domínio da língua...
Gostava de ler e sentia certa satisfação ao encontrar alguns poemas que tocavam no assunto do amor.
Encontrei uma que vinha de encontro a tudo que parecia sentir e tentava dizer...
Passado a limpo em papel almaço, a poesia foi enviada para alguém que fazia meu coração pulsar mais forte.
Tive o cuidado de colocar em um envelope e fiz chegar até a pessoa

Dias depois, recebia de volta o envelope com uma cartinha anexa.

Prezado Sr. Rui Barbosa,

Gostei muito de sua poesia, pena que o Sr. esta sendo copiado.

Fulana de Tal.

O céu caiu sobre minha cabeça.
A farsa fora descoberta e eu longe de ser um poeta.
Aquilo caiu fundo. Fui desmascarado como poeta...


Durante algum tempo fiquei mudo em relação ao mundo exterior.

Mas um dia descobri um ditado de um sábio francês que dizia: “Comecei copiando, mas um dia acabei criando minhas próprias criaturas...”


Entrando na adolescência, certa vez me peguei cantarolando uma música de carnaval e passei o dia com ela na cabeça a ponto de dar continuidade na letra inventando uma seqüência.
Acabei me dando conta que fizera rimas interessantes para quem nunca tinha conseguido  fazer.
Neste momento, aconteceu a grande revelação: a descoberta sobre como escrever e que isso seria possível.
Se eu conseguiria agradar o mundo exterior, isso era um outro problema.

Depois disso escrever deixou de ser um parto para vir alegria e desabafo.   

Venho escrevendo desde então.

Fiz poesias para muitas amadas.
Nunca soube se elas gostaram ou não,
Pois acabaram esquecidas


Fiz poesias, acrósticos, letras de músicas para algumas namoradas
Acho que deram pouca importância, pois logo foram esquecidas.  
Em geral as mulheres reclamam dos homens de serem pouco românticos.
Nossa reclamação também procede que o que escrevemos logo é esquecido. 


Luigy 24/12/2011     

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