Ah! Minha São Paulo, quanta história você guarda.
Morei muito tempo na avenida Santo Amaro (zona sul da capital) que para mim era o umbigo do mundo, não era a Big Aple, mas era a minha jabuticaba preferida...
Ali passei os melhores momentos de minha mocidade aprendendo as coisas boas e as ruins também
Morava nesta avenida famosa entre os antigos cinemas Graúna e Excelsior.
Em cada lado da avenida, existia Drive-in, ambos margeados por um córrego hoje submerso por uma avenida, a Helio Pelegrino...
Flashs deste tempo vem à tona permitindo "replay" daquele tempo maravilhoso.
Tempos divinos que as vezes confundem a minha cabeça, misturando tudo como se fosse um filme em que se pode assistir muitas vezes.
Retornando ao site São Paulo Minha Cidade para rever algumas coisas que rascunhamos e também para ver os comentários sempre interessantes deixados pelos autores amigos.
Ao reler, automaticamente somos levados a fazer uma viagem de volta no tempo.
O filme em cartaz das minhas memórias, desta vez leva de volta aos meus 13 anos mais ou menos.
Morava bem próximo de um drive-in chamado "Texas" que era todo fechado por arvores e placas com anúncios de propaganda e ladeado por um córrego...
Um desses drive-in tinha na entrada, a propaganda de Rum com uma garrafa que servia de referência e propaganda com mais de 5 metros de altura. Era visto de longe.
Alguém muito curioso da turma fez uma descoberta maravilhosa, descobriu algo como um cinema gratuito e ainda de cadeira cativa...
Ai a coisa foi passando de boca em boca e logo o cinema estava lotado.
Passando de boca em boca, nosso cinema estava sempre lotado. Era como se fosse um cine privê.
Pontualmente às 20:00 horas, os galhos das arvores já estavam carregados, mas não de pássaros.
E o pátio do drive-in, com todas as vagas ocupadas com carros e fila de espera na rua.
Nossas preferência eram carrões americanos (da época) por proporcionar conforto e maior visibilidade interna.
O silêncio era absoluto. E o tema altamente interessante e inovador.
Cada galho era tomado por um estudante ávido e pronto para a deliciosa aprendizagem.
Tais aprendizados não eram encontrados em livros, revistas ou em cinemas.
E era tudo ao vivo, sem censura e a custo zero.
Em apenas uma semana aprendíamos muito mais do que se poderia aprender em 4 anos de qualquer faculdade.
O mais difícil era conter a ansiedade e prender a respiração para não atrapalhar os protagonistas.
Era emoção pura, jamais experimentada de forma tão viva como eram aqueles espetáculos.
Nunca tivemos a chance de agradecer a cada um dos protagonistas pela lição que nos proporcionaram...
Caramba era de tirar o fôlego.
Tudo isso foi muito rico para a turma.
Pena não podermos entrar nos detalhes sobre os ângulos, as tomadas, os closes, os sons e etc e tal.
Mas como diz o refrão tudo que é bom, dura pouco.
Certa noite em pleno verão, entra no estacionamento um carro americano conversível, um Impala lotado de gente.
Acho que já estava programado com "gran finale "...
Quando o "filme" estava nos seus momentos mais derradeiros, um colega escorregou da arvore e acabou caindo em cima do capo do carro.
Um tremendo estrondo... um grande um susto para todo mundo.
O garoto foi perseguidos pelos funcionários do drive-in, visto que os ocupantes dos carros nada podiam correr sem roupas...
O restante do pessoal pendurado nas arvores saiu correndo, alguns caindo dentro do rio mas com sorte conseguiram se safar.
A corrida foi tanta que nunca mais conseguimos nos reencontrar para dar boas risadas.
Ufa!
Mas o aprendizado jamais será esquecido.
Valeu a pena sim!
06/11/2011
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